Um dia, de forma aleatória, pode, porque afinal o estudante não é um robô. É o melhor lugar? Não, porque é bem provável que existam mais fatores para distração do que benefícios.  A posição vai ficando desconfortável, é ruim para escrever ou fazer anotações, e logo vem o sono.  Vale como um momento ocasional, para mudar a rotina de vez em quando, mas não serve como um ritual eficaz para quem realmente quer ter resultado com esse tempo de estudo.
O local onde se estuda pode colaborar para um melhor aproveitamento ou atrapalhar. Não se trata de ter uma escrivaninha ou estudar na mesa da cozinha. Alguns pais me perguntam se dá para estudar na mesa da cozinha. Sim, desde que sejam controlados os estímulos concorrentes: outras pessoas utilizando o ambiente para outros fins como cozinhar, conversar, assistir televisão, passar pelo ambiente, etc. Alguns conseguem estudar mesmo no maior caos, mas são exceções, são aquelas pessoas que se desligam totalmente dos outros estímulos, porém a maioria se distrai com estímulos produzindo informações concorrentes (televisão, conversa, músicas, etc.).
Um bom ritual de estudo inclui preparar o ambiente e o material antes de começar a estudar, planejar o que será feito e por quanto tempo. Se a criança precisa estudar na mesa da sala ou da cozinha, procure minimizar ao máximo tudo o que puder distraí-la. Se for necessário fazer pesquisas em livros ou na internet planeje antes, de forma muito específica, a informação que vai ser pesquisada, a fim de não correr o risco de se perder em muitas informações. Por exemplo, se a criança vai pesquisar sobre o telégrafo auxilie-a a fazer um roteiro antes: quem inventou, quando, porque, para que serve, ainda é utilizado? Foi criada uma versão melhor ou algum novo aparelho que o substituiu? Enfim, planejar e depois partir para a ação.
Como Millor cita Camões em um artigo, aqui também caberia:  “A disciplina prestante não se aprende, senhor, na fantasia. Mas vendo, tratando, e pelejando”. Vendo. Tratando. E pelejando. Uma coisa atrás da outra, quando se fala de uma proposta. Ver primeiro. Depois conjeturar o que se vai fazer e, finalmente pelejar, ou seja, fazer!
Estudar na cama equivale a: comer no banheiro, tomar banho no tanque, lavar roupa na pia e correr de chinelo. É possível, mas não é melhor maneira!